sexta-feira, 4 de julho de 2008

METAMÓRPHOSIS..

Sequência Narrativa (fotografia digital)



Até que ponto é que uma história pode ter um início ou fim definidos? No espaço, um plano ou uma recta, terão propriamente um momento de nascença? Ou será que simplesmente o aparentam?

Esta sequência narrativa fala-nos precisamente dessa subtil dificuldade que nós temos em descobrir as pontas de cada novelo de lã que nos aparece. Pior ainda, quando o vemos desenrolado totalmente, já não sabemos distinguir qual seria supostamente a ponta onde começa e a ponta onde acaba.

Diria que há duas personagens principais nesta narrativa. Uma delas é, sem dúvida, o tempo. Outra, o espaço. É como se fosse um explorar dos dois, conhecendo a relação que há entre si. Cada um deles segue esse modelo de infinito e continuidade, sendo o tempo quase como um relógio e o espaço como uma vista panorâmica unificadora de uma porção de terra/realidade circundante.

O Sol pareceu-me ser um elemento que consiga transmitir claramente essas duas diferentes percepções da realidade, quer através da sua luminosidade, quer através das coordenadas de onde se localiza no céu. Ou seja, é o grande gerador do conceito de “horas” e o termómetro para “tempo”, como também pode-se assumir como uma bússola gigante .

A experiência revelou-se interessante para mim no sentido em que eu própria me auto retratei sob diferentes luzes e tentando diferentes exposições de forma a conseguir o melhor resultado. Era como se estivesse a observar a minha própria transfiguração, e não necessariamente só a do dia. Estabeleci essa ligação com mais força ao fazer o meu auto-retrato acompanhar o decorrer das horas, como se tanto por ele era condicionado, (como por exemplo quando caio), bem como igualmente o controlava (ao erguer o nascer do sol). Acabei por tentar representar uma metáfora para a vida, para a instabilidade oscilante que nela existe, a continuidade, a fluidez inquebrável, um ritmo que é tudo menos constante.

Arrash ta mere

Este exercício de grupo consistiu na recriação de uma sequência narrativa, partindo de um fotograma de um filme. Funcionou como abordagem inicial à utilização da fotografia digital, abrindo a porta para um posterior exercício semelhante mas individual.




Trabalho realizado por:
Ana Isabel Trigueiros
Paulo Sousa
Bernardo Coelho
Tim Beijsens

Um Banco com lugar para todos



Fotografia Analógica

La Pomme de Terre


...la raison de n'être pas