sexta-feira, 27 de junho de 2008

Good Girls go to Heaven... Bad Girls go Everywere





Em vez de definir um bem absoluto e um mal absoluto, eu e a minha colega decidimos questionar os valores.

- O Bem, será talvez, dito de uma forma simples, o conjunto de valores segundo os quais somos educados;
- O Bem é então o modelo idealizado dum senso comum e uma espécie de guia aconselhador daquilo que é correcto ou não fazer;

- O Mal, poderia ser a tentativa irreverente de romper com esses valores e substitui-los por outros;
- O Mal persegue o Bem, interrogando-o compulsivamente e convencendo-o a mudar de atitude.

Se o Bem é assim, então não passa de uma herança sistemática de uma máscara tirânica. Logo não pode ser Bem absoluto.
Se o Mal é assim, então quer dizer que não é nem comodista nem conformista, sendo antes exigente e activo no seu percurso. Sendo assim, não é Mal absoluto tampouco.

Pegamos no exemplo da mentalidade feminina dos dias de hoje. Como num desenho animado, parece ter um anjo de um lado e um diabo de outro, dizendo-lhe o que tem de fazer.
Usar um wonderbra e fazer croché? Ou antes ler um livro e discutir política?
Ser a mulher ideal, como era a mãe ou a avó, ou ser a mulher revolucionária?
Seja uma questão de preconceito ou não, esta dicotomia de ideais, ainda que opostos, parece estar bastante presente na forma de pensar e/ou de agir da mulher contemporânea. Grande dilema.

A ideia da decoração, da forma em que foi disposta, é relativa ao conceito de “mesinha de cabeceira”, caracterizando, pelo que usam, cada uma das duas personagens. A relação entre elas é como a de duas irmãs gémeas que não confraternizam nem por nada.



Trabalho realizado por:
Ana Isabel Trigueiros
Cláudia Diogo

Sal e Água (parte 2)



















Como segunda parte da proposta, criamos também um stand onde pudéssemos exibir e promover as nossas ilustrações. Mais do que isso, arranjei uma solução que permitisse a participação do público: a partir de um fragmento das mesmas, pedi ás pessoas na rua para intervir e recriar outro desenho a partir do que já existia. A experiência partiu da faculdade, avançando até á baixa da cidade, estando aberta para todas as idades. Os participantes receberam também um sticker de borla.










STICKERS












Agradecimentos á Teresa Vareta (a minha fotógrafa particular temporária) eheheheheheh... e claro, a todos os participantes! :D

Sal e Água

Neste último projecto do ano, (ilustração), optei por trabalhar com o conto popular português, “O Sal e a Água”, de Teófilo Braga. Pareceu-me engraçado abordá-lo, uma vez que faz um bocado parte das memórias da minha infância, e por isso também quis que esse sentimento nostálgico se reflectisse em parte na linguagem com que abordei os desenhos.
As ilustrações são digitais, mas construí-as quase na totalidade num programa extremamente simples e limitado que é o Paint, aproveitando para explorar tais características para conseguir o máximo de efeitos. As figuras identificam-se com o universo dos clássicos de video-jogos, que ainda fazem parte do imaginário de muitas pessoas.











Gutenberg

A proposta seguinte foi criar uma linha editorial, bem como respectivas grelhas de paginação, para os seguintes livros: “A Confissão de Lúcio”de Mário de Sá-Carneiro, “Crash”, de J. G. Ballard e “Glamorama” de Bret Easton Ellis.
Primeiro achei um aspecto característico que os unisse e cheguei á conclusão que todos eles eram dominados por uma atmosfera fortemente lasciva e sexual, e até caótica.
Trabalhei essencialmente com fotografias que estivessem relacionadas com o corpo humano e com a carne e estipulei que deveriam ser suficientemente perturbantes para aguçar a curiosidade do leitor. Para manter o mistério, optei também por não colocar sinopse na contracapa, antes uma citação do texto que fosse pertinente.
Quanto ao exercício de paginação, apresentei três hipóteses. Uma delas é convencional e sóbria, sendo talvez mais adequada ao contexto da proposta. As outras duas assumem apenas o carácter de experiência, podendo mostrar uma estrutura mais estranha ou radical do que aquela que estamos acostumados a ver. Quis explorar outros caminhos uma vez que tive a oportunidade de o fazer.



A CONFISSÃO DE LÚCIO
















GLAMORAMA












CRASH
















The End Of Print

Seleccionando uma página de um jornal, de um livro e de uma revista (quaisquer, desde que só contivessem elementos de tipografia), realizamos 18 desenhos de colagem podendo misturar outras técnicas, de forma a manipular as particularidades destes três diferentes tipos de impressão. O conjunto deveria construir uma narrativa, abstracta ou figurativa.
De aspecto clássico, comedido e até um pouco envergonhado, o “Manual de Tipografia” parece á primeira vista semelhante ao de Giambatista Bodoni.
Ao lermos o sub título, pode-nos soar um pouco mais bizarro e perturbante: “Para Frustrados”.
Quando nos decidimos por fim a abrir o estranho livrete, deparamo-nos com uma história de ruptura, libertação total, fuga, caos e desordem. Á medida que vamos avançando a narrativa toma um rumo exagerado e doentio, quase que bélico, apocalíptico, diabólico, culminando na morte.
Depois basta fechar o livro, voltar a colocá-lo na estante e esquecer que alguma vez tomamos conhecimento da sua existência.







I shop, therefore I am

A proposta seguinte relaciona-se com o estudo da identidade do produto, desde a sua imagem, cores, forma, até utilidade, público alvo, etc.
Partindo de uma marca, realizamos os seguintes exercícios:
- Abordagem cromática: quatro experiências, mais uma final. Em suporte bidimensional, explorando vários materiais de desenho;
- Criação de um sub produto para a marca, realizando uma maquete do mesmo e tendo em conta o público alvo para o qual se destinaria.

Escolhi trabalhar com a Coca-Cola, porque pareceu-me um desafio estimulante mexer com algo que tem uma imagem tão presente e tão entranhada na nossa cultura.
Quer na abordagem cromática, quer na construção da maquete de um sub produto idealizado, optei por uma abordagem irónica e até de certa forma utópica, questionando a própria identidade da Coca-Cola bem como o porquê do seu impacto comercial consagrado.



ABORDAGEM CROMÁTICA


cafeína alucinante


produto da casa registado


calmante eclesiástico

clássico dos refrigerantes


nostalgia (baseado na antiga imagem da Coca-Cola)







Perdeu a vontade de beber uma Coca Cola fresquinha?








SUB PRODUTO (EMBALAGEM)


Coca-Cola 12 cl (calmante para a tosse)

1. O que é Coca-Cola e para que é utilizado
Coca-Cola, versão calmante para a tosse é, na verdade, uma questão de marketing. Para tentar diluir a reputação que o refrigerante tem de ser prejudicial para a saúde, artificial e de apelo ao consumismo, recriou-se esta nova imagem, como sendo um produto farmacêutico. A grande intenção da Coca-Cola, como de qualquer outra entidade comercial reconhecida mundialmente, é continuar sempre a cativar o consumidor, chamando também novos adeptos.
Esta abordagem pode parecer falsa e ilusória. Contudo, analisando a história deste produto e recuando até aos seus primórdios, saberemos que a Coca-Cola foi inventada pelo farmacêutico John Pemberton em 1886, com o exacto propósito de funcionar como um calmante para a tosse. Assim, podemos encarar o produto que temos nas nossas mãos como um reaproveitamento das suas propriedades.

2. Antes de tomar Coca-Cola
Coca-Cola é composta por cafeína e outros ingredientes estimulantes. Consulte o seu médico e certifique-se de que não sofre de nenhum problema (gástrico ou nervoso) que possa causar distúrbios.




3. Como tomar Coca-Cola
Administrar por via oral
Duas colheres de sopa ás refeições


4. Efeitos secundários possíveis
Agitação
Stress
Insónia
Pequenas indisposições gástricas

5. Conservação de Coca-Cola
Conservar em local fresco
Assegurar-se sempre de que a tampa está bem fechada
Manter fora do alcance das crianças e dos animais de estimação