sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Storyboard


Na última proposta do semestre fizemos quatro exercícios, á volta de três filmes que seleccionamos. Nos dois primeiros trabalhamos com tipografia, sendo um manipulando Arial e/ou Times New Roman, e outro apropriando material tipográfico impresso.
O terceiro foi um exercício de caligrafia e o quarto a criação de um pictograma.






EL LABERINTO DEL FAUNO




Tipografia manipulada (times new roman)











adaptação de tipografia impressa



caligrafia









pictograma
















THE SHINING









tipografia manipulada (arial + times new roman)





caligrafia









pictograma


















IDIOCRACY






tipografia manipulada (arial)








adaptação de tipografia impressa





caligrafia









pictograma


FORA DE SERVIÇO

No âmbito da nova lei aplicada em Portugal desde 01/01/08, acerca de ser proibido fumar em espaços fechados, as turmas do 1.º ano de Design de Comunicação realizaram uma exposição que visa reinterpretar a utilidade do cinzeiro uma vez que este se tornaria obsoleto. Os projectos eram elaborados em grupos de 3 a 4 pessoas.
O nosso trabalho prendeu-se, não tanto numa observação de "reciclagem", mas mais numa abordagem irónica. Aqui vai a fotografia que acompanhou o trabalho na exposição, bem como a memória descritiva que escrevemos.







Máscara Anti-fumo
“Renascer das cinzas”

metamorfose: do Gr. metamophósis, mudança de forma

Tudo sofre metamorfose. As pessoas mudam, os animais transformam-se, as
plantas crescem…
Também o ar que respiramos sofre metamorfose, as células dos nossos
pulmões, os nossos valores e prioridades.
Ao renascermos, deitamos fora o que já não nos serve. Expiramos a nicotina e o
dióxido de carbono que nos saturou durante anos.
Então, o objecto que serviu de incitação ao fumo agora foi transformado noutro
que nos protege do mesmo.





Projecto realizado por:
Ana Isabel Trigueiros
Carolina Bagulho
Beatriz Coias

Video Killed The Radio Star

Este projecto veio a propósito do processo pelo qual os cd's estão a atravessar: o de se tornarem obsoletos. Na verdade isto pode-se dizer respeito a práticamente qualquer suporte de som, que não seja o prático e fácilmente adquirível mp3. Então, o que foi proposto foi, a partir de uma música ou de uma sonoridade qualquer, criar uma embalagem que realmente convença, estéticamente, o consumidor a adquirir a original e não através da copia ou do download. Quase como criar uma mistura entre a percepção visual e a percepção sonora, uma sinestesia.

O som que escolhi para trabalhar era do compositor norte-americano Steve Reich, uma faixa do
álbum Different Trains - Electric Counterpoints. E ao analisar esta sonoridade, em termos de
encontrar um conceito-base para poder desenvolver, registei uma “intensidade pacífica”, uma
continuidade, fluídez, embora nervosa, apressada. E associei estas características a um conceito de memória, como sendo igualmente algo contínuo, intenso, frustrante por vezes, um rol de ideias e de imagens que subtilmente se vão acumulando numa caixa ou noutro recipiente qualquer.
Este projecto quase que poderia ser a simulação de uma película (aliás, o próprio suporte sonoro
utilizado foi precisamente a cassete áudio). Os processos analógicos acabam também por se assemelhar mais ao ser humano do que os digitais, e a memória da qual eu falo não é a digital, mas sim a humana. A fita, ou película, é uma metáfora para a abundância e envolvência da memória humana, como algo que à medida que vai gravando, vai “enrolando”, arquivando.
Escolhi o papel de engenharia para revestir o produto e para simular essa “película” porque é um
material fino, delicado e, principalmente, translúcido. A memória também pode ser, num sentido poético, translúcida.
Trabalhei com imagens que de certo modo me fizessem lembrar o tempo. A textura rugosa de uma árvore, como uma gravação natural ou uma marca da idade, uma folha como uma partícula que nasce, cresce, enfraquece, cai, murcha e mistura-se com a terra e a roda de uma bicicleta, associada ao seu movimento de rotatividade.
Utilizei uma espécie de código simplificador de linhas grossas, aludindo a alguma ideia de frequência, de sintonização de uma memória, de um sentido ou de um som.




Retórica da Imagem

A proposta consistiu em, seleccionando uma marca, executar três exercícios:
- dois deles, de descontextualização da marca;

- e um de contextualização da mesma.


Escolhi a revista Caras, pois pareceu-me um mundo acerca do qual se poderiam formular comentários e observações muito irónicas, não só descontextualizando, mas também fazendo o oposto.

Por exemplo, a maneira como contextualizei a Caras, foi "encaixilhando-a" numa moldura, dando aquela ideia de querer parecer mais do que aquilo que é, dar mais relevo ao aspecto exterior do que propriamente à verdade interior.

Numa das descontextualizações, reconstitui uma capa da revista, mostrando um oposto ao que nela estamos acostumados a ver (animais em vez de pessoas, o nojento e desinteressante em vez do atractivo e mediático,etc.)

Na outra, quis trazer ao de cima uma realidade que é o desiquilíbrio social que diz respeito ao conteúdo/leitores. A verdade é que, o mundo que a revista nos apresenta está ligado a grandes celebridades, nomes sonantes, bons carros, boas roupas e boas casas. Mas porém o público alvo, não é só composto pelos membros dessa elite, como também por uma população de condição social mais baixa, como é, por exemplo o caso das donas de casa.




contextualização



descontextualização 1


descontextualização 2


O Meio é a Mensagem

Neste segundo projecto, realizamos doze separadores para o Jornal Público, através de recorte e colagem.

Como fundo comum a todas as ilustrações utilizei uma textura obtida de uma amplificação exagerada de um tom cinzento, mostrando assim o tipo de impressão típica de um jornal. Alinhei depois as figuras no canto inferior direito, pois pareceu-me ser o local da folha que desviaria mais a atenção para o leitor, uma vez que é a partir desse canto que a página é virada. Nalgumas figuras foi encaixada uma espécie de fundo preto, para as adaptar melhor ao canto da página.




DESTAQUE
Esta primeira ilustração surgiu de uma experiência inicial que eu tinha feito, que consistia em criar um ritmo crescente com uma só figura, de vários tamanhos. Escolhi aquela cara pela sua expressão nada passiva. Enquadrei-a portanto nesta mesma secção. Depois fiz a associação da imagem obtida e do conteúdo com o ponto de exclamação. Atribuí-lhe também um carácter irónico, pois sendo esta ilustração supostamente algo que carecia de maior impacto, é de facto a mais pequena das doze.




PORTUGAL
Aqui quis exprimir um pouco da minha visão sobre o país como sendo adepto de uma mentalidade ainda muito conservadora e agarrada á tradição. O que está aqui representado são os ideais da trilogia Salazarista: deus, pátria e família. É um esquema em que a figura masculina assume uma posição aprumada acima da mulher e das crianças, no papel, não só de pai, como de governante, de um político e de Deus. A “família”, em baixo, que é basicamente composta pela mãe e pelos filhos apresenta-se em condições mais precárias e sujas e tem as caras recortadas, ou pelo menos sem boca visível, demonstrando a sua impotência na interacção social.




MUNDO
Neste caso também optei por exprimir uma visão satírica, agora sobre a realidade mundial e sobre factos mais actuais. As divergências entre o mundo ocidental e oriental sempre estiveram muito presente desde que a História se lembra, quer religiosa, cultural ou racialmente. Agora ainda mais por causa do conflito entre os Estados Unidos e o Médio Oriente. O objectivo desta imagem é caricaturar esse grande contraste de estilos de vida e sistemas económicos, mesclando os dois “grandes lados”. A venda dos olhos, cuja imagem original era a de um prisioneiro do médio oriente, aparece também como uma analogia/trocadilho ás pessoas “do lado de cá” que igualmente “vendam os olhos”.





CULTURA
Cultura é uma palavra que pode designar vários conceitos diferentes, mas que no fundo convergem numa só ideia. É uma realidade alterável de sociedade para sociedade, de tempos para tempos, pois quer a sociedade quer os tempos são diferentes culturas. Se puséssemos frente a frente a sociedade actual com a sociedade dos séculos XV ou XVI , por exemplo, o choque seria brutal mas também interessante. Nesta ilustração fiz com que um quadro renascentista contracenasse com uma passerelle de moda, com toda a estética do século XXI. E como cultura pode ser também uma comunidade, repeti a imagem num tamanho mais pequeno, como sendo a geração de outras individualidades iguais como uma rede, um modelo ou uma “família” que se espalha.




PESSOAS
Para um conteúdo tão ligado ao mundo das celebridades, á adoração de certas personalidades como sendo o “belo” dos dias de hoje, o exemplo, o que se quer ver, achei importante relembrar que o conceito “pessoas” abrange toda a raça humana, quer a “visível”, a “bela”, quer a “invisível”, a repudiada. A partir de um artigo sobre “o feio” que vinha nesta edição do jornal, deparei-me com certas personagens que bem o caracterizam, segundo os parâmetros do senso comum. E estavam num artigo á parte, quase exclusivo e, claro, invulgar, uma vez que os media não apostam muito nelas. A ilustração para “pessoas” é, portanto, mais uma fusão irónica entre dois conceitos inversos; o de “belo” e o de “feio”. A partir da palavra originalmente existente “feio”, fotocopiei-a e servi-me de elementos dessa mesma palavra que a pudessem converter em “belo”. Em analogia, fiz o mesmo com duas faces distintas. A de uma celebridade, (cuja identidade não tenho certezas), digna de uma obra pop-art e também a cara de uma mulher desfigurada e de bizarra formação genética. Apesar de esses traços peculiares da ultima face não se evidenciarem, o resultado pareceu-me engraçado, e acabei de qualquer forma por “desfigurar” a outra face.




FICAR
Esta é a secção dedicada àqueles que preferem o conforto e a preguiça do sofá. Nesses momentos de “inutilidade” somos, muitas vezes, pouco mais do que aquilo que passa no nosso pequeno ecrã; a realidade que conhecemos é a dos noticiários, as nossas emoções são as das telenovelas, os nossos desejos são os das publicidades, etc. Nesses momentos somos todos somente televisão. E foi isso que eu pretendi representar com esta ilustração. Com várias tonalidades de preto, branco e cinzas muito ampliadas, reconstruí a cara de um homem de óculos (dando a ideia de duas “pequenas televisões”), que me pareceu também, aliás, com uma expressão muito reconfortada e neutra. A ideia de usar aqui também a textura da impressão de jornal ampliada foi a de fazer uma assimilação com o ecrã de uma televisão quando não está a apanhar sinal, que é também um pequeno símbolo de desconexão, de vazio.




SAIR
Aqui temos o inverso da secção anterior. Enquanto que “Ficar” exprimia-se numa condição estática, “Sair” aposta no movimento, na interacção, no alargar dos horizontes. E quis assim criar esta imagem, com alguma noção de ritmo, de ascensão, de incentivo. Usei a cabeça de uma mulher de idade, que no fundo é uma contradição, uma vez que este espírito de socialização e de curiosidade activa impregnado neste conceito é geralmente mais forte quanto mais jovem for o público.




CLASSIFICADOS
Posso dizer que aqui cometi um (creio eu não muito grave) erro que pareceu-me ter sido geral na turma. O que se passou é que na secção “Classificados” podemos encontrar vários tipo de anúncios e nem todos eles são necessariamente pornográficos. Porém, acho que houve a tal tendência forte, e quiçá um pouco “automática”, da minha parte para troçar desses anúncios em particular.
A palavra “escolha”, tem o “-a” adaptado á forma de uma perna de uma mulher com sapato de salto alto como sinónimo de sensualidade. E é um realce dessa disposição á qual estas pessoas se entregam, tal como objectos numa loja onde o cliente entra e escolhe o produto com as características que mais lhe agradam.




DESPORTO
Atenção portugueses que chegou a secção mais importante para o desenvolvimento do nosso país! Aliás, um dia destes, quando entrarem numa casa de banho portuguesa ou quando passarem numa passadeira com semáforo em Portugal, vão reparar que aquele bonequinho dos braços, pernas e tronco rectangulares tão familiar e útil no nosso quotidiano deve ter recebido um update de inteligência colossal, porque, vejam lá, a cabeça cresceu até ficar do tamanho de uma bola de futebol, (e ganhou também o mesmo aspecto, vá-se lá saber porquê). Por acaso nesta ilustração para representar o revestimento da bola de futebol até utilizei algo que era proveniente de um cartaz para um concerto de pianos na Casa da Música (Ups! Acho que não devia ter dito isso, é algo demasiado sofisticado e eles ainda podem olhar para mim de esquina…).
Bem, a minha intenção irónica com esta ilustração não foi para ofender o mundo do desporto inteiro, até porque acredito que ainda há quem tenha a coragem de praticar vários tipos de desporto e, mais importante ainda, pelo desporto. Mas lá está, somos portugueses e ainda circula muito esta visão pouco alargada á qual fiz referência.





LOCAL
O conceito que associei a “Local” é um pouco similar ao de “Ficar”. Não é de uma forma tão estagnada e depressiva como neste último, mas sim de uma maneira mais humorística. É uma representação típica da vida quotidiana, que foi a ideia que mais me suscitou para “Local”. O homem do cartoon lê o seu jornalzinho diário enquanto está sentado na sanita. Era engraçado dizer que o autoclismo “de puxar” são vários fragmentos da BD como sinais de pontuação e outros elementos do desenho e que a forma da sanita veio da orelha dum retrato do Pavarotti vectorizado. Aliás foi a partir desse pequeno pormenor da orelha que me surgiu a ideia para esta ilustração.





ECONOMIA
Para não cair no óbvio de associar “Economia” automaticamente a números, contas, valores e dinheiro, decidi desconstruir o conceito que temos desta realidade e chegar á raiz da questão. O que é a economia?
É o nosso sustento. É o conjunto de recursos que temos para sobrevivermos. Claro que na actualidade tudo aquilo de que a nossa vida terrestre está dependente está configurado em dinheiro. Daí a associação. Mas o dinheiro é aquilo que trocamos precisamente pelo essencial e talvez não o essencial em si como nos habituamos a pensar. Por exemplo, todos nó precisamos de dinheiro para comer. Então vamos imaginar o conceito de economia como um prato e um copo, para a fome e para a sede. O que será o conteúdo desse prato ou desse copo? Vegetais, fruta, cereais, carne, peixe, etc. Como podemos resumir isso? Vamos escavar ainda mais fundo, então.
A terra. Que é basicamente a origem de tudo aquilo que somos e precisamos. Até a carne que comemos é alimentada de produtos que vêm da terra. Sim, claro que agora poderíamos integrar os outros três elementos da Natureza por serem igualmente essenciais para a existência de vida na terra. Mas, a meu ver, a terra parece-me ser o mais sintético, mais abrangente e que melhor se adapta àquilo que é a economia.
Então “enchi” aquele prato com terra.





ESPAÇO PÚBLICO
Sobre esta última secção não tenho muito a dizer sobre o seu processo nem a explorar sobre o seu conceito. Foi também o resultado de uma experiência inicial de ampliação rítmica de uma figura. Escolhi esta imagem pela posição expressiva do homem que parece deveras convincente naquilo que diz e talvez um pouco exaltado. E é isso que o “Espaço Público” realmente é: um espaço de exposição de opiniões e ideias de várias pessoas sobre os mais variados assuntos, pelo que pode ser uma secção de gerar muito debate, alguma discordância e, claro, polémica.



PROJECTO 1

IMAGEM DE IDENTIDADE






Sim, é ela. A despassarada!